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Cleo e Daniel

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Um psicanalista em crise é o tipo de ponto de partida que ninguém quer ver na vida real, mas que na ficção colocou “Cléo e Daniel” como um dos maiores clássicos da literatura para jovens no Brasil.

Escrito por Roberto Freire em 1966, “Cléo e Daniel” foi estouro absoluto de vendas, tanto em livrarias quanto em bancas de jornais, no formato jornal-livro que algumas editoras dos anos 60 e 70 exploravam. Levava-se a milhares de jovens uma literatura complexa e sofisticada, cheia de meandros difíceis de serem compreendidos pelo público-alvo, mas plenamente aceitos por este.

Freire – um terapeuta de mão cheia, que se inspirou na tragédia “Daphnis e Chloe” do poeta romano Longus – ao longo da vida, vira e mexe voltou a lista dos best-sellers: “Sem Tesão Não Há Solução” e “Coiote” são dois exemplos. Mas foi com “Cléo e Daniel” que sua escrita merecidamente se consagrou e criou um paradigma de estilo e qualidade.

Ao levar a obra para o cinema, Freire teve o adendo de Humberto Pereira – que o auxiliou na adaptação, no roteiro e na direção –, e sobretudo o trabalho de mestre, cargo de Rudolf Icsey na fotografia esplêndida, parte integrante, indissociável do todo. Pode-se dizer que, sem Icsey, o diretor estreante – que nunca mais repetiu a experiência – teria rendido 100 minutos absolutamente abaixo do produto final.

Na produção, Fernando de Barros – diretor do primeiro episódio de “Lua de Mel e Amendoim” (1971) – e Alberto Ruschel – o Teodoro de “O Cangaceiro” (1952), de Lima Barreto; um dos produtores de “O Palácio dos Anjos” (1970), de Walter Hugo Khouri – creditado como Alberto Miranda.

Distribuição da onipresente Cinesdistri de Oswaldo Massaini. Trilha sonora com senhas ocultas – caso de trechos da ópera “Daphnis e Chloé”, de Maurice Ravel, remetendo à fonte original do poema de Longus, como citamos acima – e outras nem tão ocultas assim – Chico Buarque, Toquinho, o grupo “O Bando” e Rogério Duprat; este, na direção musical.

A música vem aliás num estilão que impregna “Cléo e Daniel” com inspirações no cinema americano dos anos 40, 50, sabe-se lá se conscientemente ou não, mas o caso é que por vezes se espera Bette Davis aparecer no melhor drama da Warner, com um copo de uísque na mão, reinventando o papel da angustiada mãe de Cléo – dondoca de meia-idade, auto-centrada, vivida por Beatriz Segall.

Levada ao consultório de Rudolf Flugeman (John Herbert) – o psiquiatra em crise –, Cléo (Irene Stefânia) se recupera do aborto imposto a pouco tempo pela mãe. Ricos, do society, mãe, filha e pai não se entendem bem: a filha anda à solta por São Paulo entre festinhas e comprimidos, até que no que era pra ser o porto seguro da situação, o consultório de Flugeman, acaba conhecendo Daniel (Chico Aragão)

 


Elenco:
John Herbert... Rudolf Fluegel
Irene Stefânia... Cléo
Chico Aragão... Daniel
Rodrigo Santiago... Marcos
Haroldo Costa... Benjamin
Myrian Muniz... Gaby
Sílvio Rocha ... pai de Daniel
Lélia Abramo... mãe de Daniel
Fernando Baleroni... pai de Cléo
Beatriz Segall.... mãe de Cléo
Ferreira Leite ... Júlio
Sônia Braga... Sandra
Sadi Cabral... Cardeal
Sílvio Zilbert ... doutor



Gênero: Drama
Diretor: Roberto Freire
Duração: 98 minutos
Ano de Lançamento: 1970
País de Origem: Brasil
Idioma do Áudio: Português